Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 4 de maio de 2006


5ª feira, dia 4 de Maio de 2006

Gostaria muito de vir aqui escrever que treinei assiduamente nestes dias em que não escrevi e que me estou a habituar de novo a treinar, mas seria mentira.

Gostaria de ter tempo e vontade para ter tempo, e tempo para ter vontade, mas a verdade é que não tenho. Nem tempo nem vontade. Estou aqui agora, com o tempo que me resta do dia de hoje, a escrever. Porque ainda tenho tempo e vontade.

Depois de ter corrido três dias consecutivos (fim semana e feriado), estou há três dias sem praticar exercício físico digno desse nome. Nada de importante ou grave, claro, mas a questão é que quando o dia é rotineiro por questões de obrigatoriedade, está-me a ser muito difícil encaixar uns míseros 30 minutos para correr, ou nadar, ou fazer outro exercício qualquer.

Significa isto apenas que o grande objectivo de fazer a Maratona do Porto em Outubro, será bem mais difícil de alcançar do que se poderia supor. Quando as semanas passam elas a correr, e a nós nos resta apenas o fim se semana e um feriado ou outro, as coisas ficam realmente complicadas. Mas nada de ser pessimista! Será apenas maior o desafio. Adivinha-se uma saborosa vitória na mesma proporção.

Hoje, estive a olhar a evolução da vida aqui dentro de minha casa. Um autêntico milagre! Tenho passado algum tempo a trepar a uma árvore específica para apanhar folhas que vão alimentar umas larvas que a minha filha trouxe aqui para casa.

Não param de comer! Comem o dia inteiro e até de noite. Param por curtos períodos para digestão e absorção dos nutrientes. São comedoras vorazes, quase que insaciáveis, pois precisam se alimentar dos nutrientes necessários para o período de hibernação de sua próxima fase de vida e para isso necessitam armazenar bastante energia. Quando param de comer por completo, estão preparadas para a nova fase. Aí, fazem o casulo com a própria saliva que em contacto com o ar adquire consistência de fios muito resistentes.

No casulo, a larva isola-se e alheia-se por completo do mundo. Fechada sobre si própria transforma-se, fruto de uma evolução, um crescimento e uma passagem para um novo estádio.

Há algo de verdadeiramente mágico e fantástico, na transformação de uma larva numa mariposa ou borboleta. Mais que uma mudança, é uma verdadeira metamorfose. Algo bem profundo.

Fechadas em si, no casulo por uns dias, elas alheiam-se do mundo e transformam-se de dentro para fora. Das suas entranhas refeitas, nasce outro ser, que é o mesmo afinal. É um segredo só seu, bem guardado e secreto, que todos nós humanos, pelo menos uma vez na vida devíamos conhecer e aplicar.

Mas elas guardam este segredo íntimo. Dentro do casulo, quando já não é visível para ninguém, acontece magia silenciosamente, até ao dia que essa magia explode depois em rara beleza para dar vida aos nossos jardins e cor às nossas vidas.

Esse milagre da Natureza está a acontecer na minha casa. E eu quero aprender.

2 comentários:

Anónimo disse...

Larvita?

Espero que as larvitas não gostem de ananás... que transformação... e com asas sempre se é mais rápido né? Boas corridas futura borboleta!

Ananás

Anónimo disse...

Que poético..né

A analogia da borboleta em traje erótico, adorei a forma e o sentido.

Fez-me lembrar aquele dia...

Ananás