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sábado, 10 de junho de 2006

A escassos metros da meta, com os companheiros de
viagem: Fernando Colaço e Fonseca Santos

I GRANDE PRÉMIO DA ARRÁBIDA – 1ª Versão

Sábado, 10 de Junho de 2006

Imagino! Imagino meu rosto cansado, vermelho e redondo, de bochechas gordas e reluzentes sob o sol, o suor e o esforço. E sorria eu ao conquistar o castelo de Palmela. Sorria para as pessoas que nos batiam palmas por termos conseguido chegar ali. Sorria porque estava feliz. Mesmo com aquele repugnante aspecto, estava feliz.

- Isto custa! – diz uma senhora que assiste e desta forma nos demonstra como nos valoriza o esforço.

Estive hoje no I Grande Prémio da Arrábida! Maravilhoso! A imposição do ritmo lento por duas Lebres não se fez sentir dado o meu muito próprio ritmo lento.

Saímos de Setúbal e seguimos na cauda – local onde agora sou sempre encontrada, e de onde dificilmente saio.

Vários amigos encontrados, e a conversa serve-me para esquecer o esforço com que me desloco.

A Serra. Ali está ela à espera que a amarinhemos. A Subida da Cobra! Uma verdadeira serpente se enrosca na serra e seguimos nós no seu dorso, serpenteando, ondulando sob o calor, até atingirmos o topo! Mas pelo meio faltaram-me as forças a mim para transportar a bagagem extra que levo (peso) e caminho.

Mas azar! Os meus amigos que me acompanharam desde o início da prova, dão pela minha ausência rapidamente e ao voltarem-se para trás, vendo-me a caminhar, não é que resolvem vir “buscar-me”?

- Oh, não! Assim sou obrigada a correr….

- E não foi para isso que vieste? Para correr? Vá, deixa-te de manhas! Vamos embora!

Senti-me perfeitamente resgatada e uma força invisível faz-me retomar o passo de corrida e assim sigo até ao topo. As coisas que fazem a Amizade e a Solidariedade…

Palmela! A conquista! O sorriso! A Felicidade! A Meta volante Sálvio Nora lá estava e eu passei-a feliz! Sem prémio, sem auge, mas só feliz! Foi suficiente!

Depois, a descida em alcatrão em que me sinto recuperada para logo a seguir enfrentarmos outro animal: A Descida da Lagartixa. Um caminho de terra batida com uma inclinação agreste ameaçando uma queda valente. Travões bem afinados para aguentar este peso todo embalado foram necessários e os ténis lá se aguentaram para me manter na vertical e chegamos os três à cauda do bicho, sãos e salvos! A descida continua mas agora já suave e agradável.

Metros antes da meta percorremos um jardim “a corta mato” mas muito bem sinalizado, e corto a mesma com 1h14m42s!

- Obrigada rapazes! Sem vocês ainda estaria a esta hora perdida na serra a cavalgar a serpente!

2 comentários:

Zen disse...

Já que me foi dado o privilégio de poder colocar umas mensagens no Blog da Ana vou aproveitar para escrever umas palavras de incentivo à continuação desta enorme vontade de correr e prazer de escrever.
Não pude estar presente no GP Arrábida, mas pelas pessoas que conheço nas Lebres do Sado( é claro que sou suspeito pois é o meu clube) tinha a certeza que iria ser uma belíssima ( mas modesta)organização desportiva. Ainda bem que também foi do teu agrado mesmo com cobras, lagartos e toda a "bicharada" que não compareceu mas estava lá escondida entre a bonita paisagem da Serra da Arrábida ( imagino o que seria a subida da centopeia?!).
Continua... a Maratona do Porto aproxima-se!

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Olá Zen

Agradeço a presença e participação!

A Arrábida esteve excelente. Quero ver se ainda escrevo outro texto sobre ela! Adorei!

E quero dizer-te que as dicas que disponibilizaste no Fórum para se chegar ao local da prova, estavam 5 estrelas. Imprimi, marquei os pontos chave e cheguei lá direitinha sem me enganar uma única vez, o que para mim é um feito. O que me fazia mesmo bem era uns treininhos de Orientação... mas não será para já.

A Maratona do Porto...Pois é, vai-se aproximando, e já estive mais longe de mandar o objectivo de nela participar, às favas, mas penso que são ideias momentaneas... depois passam...

Continuação de boa recuperação para ti, com juízo, pois um Herói inteligente e sensato vale mais e chega mais longe que um Herói "morto"