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segunda-feira, 21 de agosto de 2006

2ª feira, 21 de Agosto de 2006
Faltam 8 Semanas para a Maratona do Porto
Mais especificamente 56 dias apenas

A boca está ainda seca. E continuo com sede. Não tanto nem de uma coisa nem da outra como durante o treino de hoje.

A maré vazia dá-nos o maravilhoso areal da Costa da Caparica para correr. Não há outro igual.

Anoitece mais cedo, e a maré vai enchendo. À 1h20m de treino liberto os pés dos ténis e meias encharcadas (por descuido ou necessidade de me refrescar pisei deliberadamente a água que corria ao meu lado e por vezes à minha frente) e faço mais 20m como mais gosto: de pés descalços, com água ora pelo tornozelo ora pela canela, saltando as ondas, parece que tenho ainda mais força do que quando calçada arrastava os pés pesados.
Cada ondulação é pretexto para levantar mais as pernas e avançar com a energia que ainda me resta. O que me cansa agora são os ténis na mão. Sorte tiveram eles não os ter lá abandonado...

A boca está seca, seca como um pedaço de madeira. Avanço e desejo água. Está muito calor nesta praia aquecida durante todo o dia, e nem agora depois do sol se esconder está mais fresco.

Anseio por água. Olho o mar e desejo água. É verdade que durante o dia bebi imensa água, mas agora precisava de mais.

Termino o treino com 1h40m de corrida e a morrer de sede. Alongamentos feitos e arrasto-me para o carro seguindo o companheiro de treino, quase a cambalear, e aí mato aquela sede anormal com uma garrafa de litro e meio. Primeiro bebi metade mas até chegar a casa acabei com ela. Em casa bebo mais, e continuo com sede.

Tomo banho, e quando me estou a pentear, sou assaltada por uma náusea e de forma violenta os perto de 2 litros de água que ingeri saem num jorro só acompanhados por uma dor no estômago.

Pronto, lá se foi todo o abastecimento. E o que sinto? Acabou a náusea mas continuo com sede!

Esta história já não é inédita em mim. Falta de hidratação durante o esforço e uma quantidade exagerada de água ingerida num curtíssimo espaço de tempo sem tempo ou forma de ser absorvida foram sem dúvida as razões para este triste episódio.

Agora o que me apetece? Água e fruta, coisas frescas, com sumo. Trinco uns pêssegos suculentos acabados de sair do frigorífico que deixam escorrer o seu suco pelo canto da boca e bebo alguma água, moderadamente agora. Mas continuo com sede...

- Foi um belo treino Amor.
- Não, não foi, sinto-me mal. Estou mal disposta - respondeu-lhe ela a sair do Audi novo dele - Mas de qualquer forma obrigada pela boleia e pela companhia no treino.
- Não precisas de agradecer - responde ele com sinceridade desta vez.

Ele sempre se prestou para essas coisas. Ajudar e orientar indivíduos que se iniciam (na corrida) ou que tentam alcançar qualquer objectivo, sempre foi um estímulo e uma motivação para ele. Uma vez gabou-se de já "ter posto" X mulheres a correr. Fiquei impressionada antes de perceber na totalidade os seus métodos e compreender completamente a sua entrega.

Uma atitude bonita essa de se disponibilizar para qualquer um, e para alguns como um autêntico treinador pessoal bem pago. É o seu amor à Corrida a explicação. E o Amor não se compra nem se vende. Dá-se! Muito bonito de se ver. Amanhã de manhã bem cedo parece que já tem treino marcado com um outro que fará uma maratona daqui a 3 semanas e precisa de companhia para treinar.

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