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terça-feira, 8 de agosto de 2006

Fonte da Telha, 2ª feira, 7 de Agosto de 2006

O dia chega ao fim.

Os banhistas absorvem os últimos raios de sol e à brisa fresca que se levanta oferecem seus corpos despidos dourados. A água fresca e viva deste mar único recebe-os e ama-os como se amam aqueles dois amantes que ingenuamente se entregam ao sabor das ondas. Pescadores protegidos do frio pelas roupas fortes recebem o peixe fresco acabado de ser resgatado ao seu mundo. Gaivotas rondam preguiçosas na esperança de algo colher.

E eu? Eu corro pelo areal. Já nada é novo. Nem o mar, as ondas, a brisa, o sol, as gaivotas ou o amor. Nem os peixes, nem a corrida, nada.

Tudo me parece irremediavelmente velho e gasto esbatido.

Corro 20 m contra a brisa e ainda bem que assim o fiz, pois depressa me sinto em esforço, e quando retorno soube-me imensamente bem deixar de sentir a brisa contra e sinto-me renovada pela prazer antecipado de acabar dali a outros 20 m e assim como o sol, no mar me deitar, nele me fundir e desaparecer.

Assim o fiz. 40 m de corrida contínua na areia molhada. O pensamento? A Maratona do Porto? É quase uma missão impossível, mas ainda assim vou tentar, pois se não o fizer nunca me perdoaria, desistir sem tentar.

No fim, cansada, e nem por isso feliz, me deito no mar e desapareço. Até amanhã emergir de novo numa praia qualquer.

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