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domingo, 30 de abril de 2017

Juro...


Seguimos por esta estrada. Quero ver se chegamos ao Rio Trancão, antes dele chegar ao Tejo, e voltamos.
Está muito calor. Estou a morrer de sede.
Juro que não vais, aqui e agora, morrer de sede!
Vamos andar.
Caminhamos.
Corremos.
Estou a morrer de sede.
Esquece isso. Juro que o Rio está perto.
Estou a morrer de sede!
Talvez naquela casa esteja alguém e possamos pedir água. 
E se ali estivesse uma mulher, de negro vestida, ao portão da casa, de bilha de barro apoiada na anca e púcaro estendido e nos oferecesse a água fresca que chilreia como um passarinho ao verter da bilha? Ah? Que tal? Depois, quando olhasses para dentro do púcaro, já nas tuas mãos, sôfrega e agradecida, e o elevas para matar a sede, verificas que a serpentear na água como doidos estão dezenas de pequenos vermes escorregadios e pretos?
Juro que te mato! Achas que tens graça?
Acho! 
Olha para este muro. Esta casa podia contar-nos tantas histórias...
Pois...se as casas falassem...
Olá bom dia, diria a casa e tu borravas-te de medo!
Oh! Não é isso!
Caminhamos mais. Suadas. Vermelhas. Juntas. Felizes neste instante de Vida.
Olha! Olha para aquela janela! 
Juro que naquela janela estava uma pessoa. Ali, lá dentro de casa! 
Não vejo nada.
Juro!

E hoje foi isto - ver aqui, sem saber se as fotos justificam o ritmo ou se o ritmo justifica as fotos. E quanto importa isso?    Foi uma belíssima manhã! Juro!


Quinta do Brasileiro:




Quinta do Brasileiro

Quinta do Monteiro-Mor:












Quinta do Monteiro-Mor





Rio Trancão

terça-feira, 25 de abril de 2017

40ª Corrida da Liberdade, Lisboa, 25 de Abril de 2017

E como foi? Conta!

Bem...

Em 2013, quando tão tardiamente a "descobri", foi assim, ver aqui

Em 2014, foi assim, ver aqui

Em 2015...assim, ver aqui

Em 2016...andava a fornicar com toda a energia e paixão a Fascia Plantar do meu pé esquerdo e portanto, andava a subir e descer montes e vales nas maiores distâncias que conseguia (que nunca chegaram a ser nada por aí além) e por isso faltei a esta prova ímpar e singular, que comemora o nosso 25 de Abril, a nossa Liberdade e que relembra a nossa história que faz de nós o que somos hoje!

Este ano, depois de 11 meses sem participar em qualquer prova (sim, ONZE MESES) dos quais 9 PARADA, em buscas sucessivas, inglórias e frustrantes, de alguma cura ou apenas melhoria para a Fascite plantar que desenvolvi no pé esquerdo, e com 2 meses de "recomeço" (quando comecei a sentir algumas efectivas melhoras no pé, atrevi-me a voltar à Corrida da Liberdade e a prestação foi assim, registada no Strava.
Está bem, mas não nos interessa as tuas médias, o que queremos saber é como foi a Corrida. Como é esta Corrida e como foi corrê-la no dia 25 de Abril de 2017, passados 43 anos da revolução.


Bem, posso começar por me armar em espécie de jornalista, supostamente imparcial e dizer que a Corrida foi organizada pela ACCL - Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa, que teve milhares de participantes, entre as várias possibilidades de participação proporcionadas (houve vários eventos, como corridas para os mais jovens, caminhada e a prova principal, na qual participei, com quase 11 Km de extensão, a começar no quartel, agora da GNR, na Pontinha, a percorrer as avenidas da capital e a terminar na Praça dos Restauradores). Que teve inscrição gratuita e muito fácil (até se podia aparecer no próprio dia e era-nos dado um dorsal, dando-os direito à participação e a tudo que isso nos proporcionava). Que teve as ruas completamente cortadas ao trânsito, segurança assegurada portanto, que houve uma partida bonita e a horas, com solta de pombos e a banda a tocar, que tivemos água a meio do percurso, percurso esse perfeitamente assinalado, que houve uma medalha para todos os chegados à meta, assim como uma t-shirt de algodão, água, um saco e uma garrafa em plástico reutilizável a incentivar ao consumo de água canalizada. Que não houve classificação e houve alguma demora no escoamento dos atletas depois da chegada à meta. Que tudo na balança (Custo zero!) a Corrida da Liberdade, realizada pela 40ª vez é um evento admirável e imperdível! Uma comemoração a lembrar o que agora é "só" uma memória (e em risco de se perder) e a assinalar uma  viragem crucial na história de Portugal que todos os verdadeiros Amantes da Corrida só podem aplaudir e de pé durante largos minutos! A Corrida da Liberdade é verdadeiramente um marco simbólico e prático na Corrida para todos em Portugal! 

Oh pá, mas isso já sabemos, vem em todo o lado que se fale de Corrida! (mas onde se fala de Corrida?! Ah...nos 1001 blogues que existem e nas redes sociais e ainda talvez duas ou três linhas num ou outro jornal). O que queria mesmo saber era da tua Corrida, rapariga!

Oh pá...a minha Corrida da Liberdade, esta especialmente, foi a Liberdade em acção! Livre para Correr! Livre sem necessidade de dinheiro para mais tratamentos e exames e consultas médicas especiais sem resultados. Livre para Correr sem dinheiro! Livre para sorrir, de cravo ao peito orgulhosa. Livre para escrever ou não escrever e dizer o que penso sem ir presa ou/e levar uma carga de porrada. Livre para ter amigos e sentir a amizade. Livre para voar como  os pombos correio na bonita solta que fizeram na Partida e como há tanto tempo eu própria não voava. Livre para SER EU, só isto, e só isto...é tudo! 25 de Abril sempre!

Corri 10,800 Km em 58m, média de 5m20s/Km








 Fotos:

Pela AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras, aqui 

Pelo Portugal Running, aqui